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Squid Game: nova temporada traz novos desafios, uma personagem transgênero e final em aberto

  • Foto do escritor: Lara  Oliveira
    Lara Oliveira
  • 21 de jan.
  • 3 min de leitura

Com um final sem solução para a trama da temporada, uma possível temporada da série pode chegar ainda este ano na plataforma.


Reprodução/ Instagram/ @netflixbrasil
Reprodução/ Instagram/ @netflixbrasil

Aclamada mundialmente, "Round 6" não é apenas uma série; é uma especificidade cultural. A produção sul-coreana, criada por Hwang Dong-hyuk, aborda de maneira brutal e emocionante as desigualdades sociais, a ganância humana e os limites éticos diante da sobrevivência. Uma mistura de suspense psicológico com crítica social é envolvente e, por vezes, perturbadora.


A primeira temporada conquistou o público com sua narrativa criativa e visualmente impactante. A peça de pessoas desesperadas participando de jogos infantis letais para ganhar uma fortuna é intrigante e cruel, levando o espectador a refletir sobre as condições extremas a que somos submetidos em uma sociedade desigual.


O protagonista, Seong Gi-hun , interpretado por Lee Jung-jae, é o retrato do homem comum que se encontra em uma espiral de desespero, mas que, ao mesmo tempo, mantém uma humanidade tocante. Seu arco é bem desenvolvido, e os personagens coadjuvantes, como Kang Sae-byeok e Cho Sang-woo, são igualmente complexos, enriquecendo a trama.


A segunda temporada, lançada recentemente, trouxe um tom mais político, com Gi-hun retornando para tentar desmantelar o sistema que alimenta os jogos. Embora apresente momentos emocionantes e novas camadas de narrativa, houve críticas à repetição de alguns elementos e à falta de impacto de certos jogos em comparação com a primeira temporada.


Assista ao trailer:





Após sobreviver ao jogo mortal do Round 6 , Seong Gi-hun (Lee Jung-jae), o jogador nº 456, está atormentado pelo peso das vidas perdidas na troca do dinheiro que ganhou. Determinado a encerrar de vez uma competição cruel, ele decide rastr


Para concretizar seu plano, Gi-hun conta com a ajuda do policial Jun-ho (Wi Ha-joon). No entanto, quando os planos desmoronam, ele se vê novamente aprisionado no jogo mais uma vez, agora com novos participantes. Gi-hun precisa usar sua experiência para unir os jogadores e organizar um movimento contra o jogo e tentar acabar com ele de alguma forma.


O que fica evidente nesta segunda temporada é que a série já se prepara para uma terceira parte – que, ao que tudo indica, já foi gravada. A temporada deixa uma sensação de "incompletude", parecendo mais uma produção dividida em duas partes para manter o interesse do público, já que o último episódio, mesmo com uma cena pós-créditos, não mostra uma possível conclusão da trama. 


Aviso: o texto a seguir contém spoilers.


Com sete episódios, o roteiro desta temporada é irregular e mal estruturado. Os dois primeiros episódios são arrastados, com Gi-hun procurando o Recrutador e o policial Jun-ho investigando a ilha, enquanto personagens secundários entram na trama apenas para preencher espaço, sem contribuir significativamente para o avanço da história.


A série ganha um fôlego no terceiro episódio, quando os jogadores retornam ao jogo. Embora novos desafios tragam alguma novidade, a estrutura central permanece muito semelhante à primeira temporada. Os arquétipos de personagens se repetem, os mesmos que interpretados pelos novos atores, e as dinâmicas entre eles seguintes praticamente inalteradas, o que pode gerar monotonia para o espectador.


Ainda assim, há momentos divertidos no nível micro, como a introdução de Thanos (interpretado pelo rapper Choi Seung-hyun), que adiciona um toque de humor excêntrico à narrativa. Os novos jogos também se destacam, especialmente o do carrossel, que aumenta a tensão e apresenta uma trilha sonora perturbadoramente marcante.


No arco final, “Round 6” abandona o tom lúdico e abraça uma estética mais sombria, remetendo aos jogos de tiro dos videogames modernos. A trama assume uma vida mais sindicalista, com Gi-hun liderando os jogadores para combater o sistema opressor. Embora não seja um traço de política de forma explícita, a série evoca estratégias de guerra e resistência organizada, o que a distância do entretenimento leva e a coloca em um terreno mais denso e tático.


Apesar de não inovar em sua essência, a segunda temporada de Round 6 consegue entreter com novos jogos e desafios. Contudo, a trama previsível e a falta de ousadia no desenvolvimento deixam a impressão de que a série, embora ainda eficaz, está começando a repetir passos em um terreno já explorado.


Por Lara Oliveira

Revisão de Nathália Guimarães



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