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A 3ª e última temporada de "Sweet Home" oferece uma análise profunda do interior humano, explorando a tênue linha entre heroi e vilão

  • Foto do escritor: Nayce Isabella (Icee)
    Nayce Isabella (Icee)
  • 30 de jul. de 2024
  • 3 min de leitura

"Sweet Home" obriga o telespectador a refletir sobre o que realmente define o bem e o mal, mostrando que, muitas vezes, a diferença está nas escolhas em momentos de desespero


"Sweet Home" é um drama de terror e fantasia que utiliza de atmosferas opressivas e ambientes sombrios para criar uma sensação intensa de suspense e horror, baseado no webtoon de mesmo nome criado por Carnby Kim e Youngchan Hwang. A série aborda temas complexos como sobrevivência, humanidade, medo do desconhecido e os limites entre o bem e o mal, muitas vezes desafiando a percepção do espectador. O drama foi lançado na Netflix em dezembro de 2020 e é dirigido por Lee Eung-bok.




Foto: Divulgação/Netflix


A história gira em torno de um grupo de moradores que precisam lutar para sobreviver em um cenário distópico apocalíptico e ao mesmo enfrentar seus próprios traumas e medos.  Song Kang (“My Demon” e “Navillera”) interpreta Cha Hyun-su, um adolescente recluso que se muda para um complexo de apartamentos chamado Green Home (Casa Verde) após a trágica morte de sua família. Logo após sua mudança, eventos bizarros começam a acontecer, com os residentes se transformando em monstros com base em seus desejos mais profundos.


Verdadeiros monstros


O enredo de "Sweet Home" durante as três temporadas se desenvolveu de forma perspicaz, mostrando a natureza humana como o verdadeiro monstro culpado pela destruição ao seu redor. Inicialmente, os mutantes foram vistos como inimigos e verdadeiros vilões, suas transformações levando a mortes e cenas altamente explícitas de violência. Isso deixou os humanos apavorados e com medo, não apenas do perigo, mas de si mesmos e dos outros.


No entanto, ao decorrer da trama, é mostrado como os humanos podem ser tão maus quanto os monstros, que antes eram pessoas, mas foram corrompidas pelos próprios desejos egoístas. Isso fica evidente em inúmeras cenas, onde humanos até então normais escolhem a si mesmos, mesmo que isso signifique colocar outros em perigo, pensando apenas nos próprios benefícios. Um exemplo é o cientista Dr. Lim (mesmo ator do popular drama “Tudo Bem não ser Normal”, Oh Jung-se) , que não se apegava a ninguém além das próprias ambições. No final, ele queria se tornar um monstro, mas morreu como humano, sendo, porém, pior que todos na alma.


Empatia e aceitação


O reencontro com Eun-hyeok vivido pelo ator Lee Do-hyun (“The Good Bad Mother” e “Youth of May”), agora como neo-humano — o termo designado àqueles que concluem a transformação, humanos estritamente evoluídos ainda com suas memórias passadas, mas sem emoções restantes ou qualquer empatia — foi intenso tanto para Eun-yu, sua irmã adotiva, interpretada pela atriz Go Min-si (“Youth of May” e “Reincarnation Love”). Quanto para Hyun-su, lembrando do desespero na temporada passada quando ela achou que era seu irmão que a protegia. Foi uma das maiores surpresas abordarem o lado fraternal dela, quando todos apenas se preocupavam com um possível romance.


Como uma reviravolta previsível, mas emocionante, o drama finaliza com humanos e neo-humanos vivendo juntos para sobreviver, proteger e aceitar uns aos outros. Aceitando as diferenças, ignorando preconceitos e subjugações em busca de uma comunidade acolhedora, dividindo ensinamentos e experiências.


"Sweet Home" obriga o telespectador a refletir sobre o que realmente define o bem e o mal, mostrando que, muitas vezes, a diferença está nas escolhas em momentos de desespero. Personagens que inicialmente parecem boas pessoas podem tomar decisões questionáveis, enquanto aqueles que parecem vilões podem demonstrar atos de redenção. Essa complexidade humana é o que torna "Sweet Home" um drama tão cativante e perturbador, destacando que, no fim, todos têm a capacidade de ser um monstro e mesmo assim evoluir como pessoa.


"Enquanto esse tempo interminável se arrasta, todos precisamos de um lugar para esperar, de um lugar pra chamar de lar. E é assim que nós decidimos chamar esse lugar de doce lar (sweet home).”

Ficha Técnica


Título original: 스위트홈

Estreia: 18 de dezembro de 2020

Direção: Lee Eung-bok

Duração dos Episódios: Aproximadamente 44-59 minutos cada

Número de Temporadas: 3

Gênero: Terror, Drama, Suspense, Fantasia

Classificação indicativa: +16

Disponível no streaming: Netflix 

País de origem: Coreia do Sul


Por Nayce Isabella 

Revisão por Nathália Guimarães


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